Coxartrose

ARTROSE DE QUADRIL

Os primeiros sintomas da coxartrose geralmente se manifestam como dor na virilha, localizada profundamente. Pode haver irradiação até o joelho pela parte interna e pela frente da coxa.

No início do quadro a dor aparece após atividades físicas mais intensas. Com repouso – e o “corpo frio” – a dor surge ao re-iniciar o movimento, como pontadas. Após alguns passos o desconforto melhora. Este estágio geralmente se prolonga por muitos anos e a piora ocorre lentamente.

Na evolução a dor pode aparecer durante as atividades. Movimentos banais do dia-a-dia como calçar sapatos, cortar as unhas dos pés, entrar e sair do carro, começam a se tornar um pouco mais difíceis, devido a perda do movimento articular. De modo geral a dor não é tão forte ou frequente e o paciente começa a se adaptar a ela. Também são comuns nesta fase as queixas de dificuldade de realizar alongamentos ou de sentar no chão. Vemos na prática que é somente nesta fase que a maioria das pessoas busca o primeiro contato com o ortopedista e recebem – com surpresa – a notícia de que provavelmente precisarão de uma prótese de quadril no futuro.

Com a piora do quadro as dores noturnas e a rigidez matinal surgem. Podem haver crises de agudização, com a piora da dor com a qual a pessoa já convivia. Nesta fase já mais avançada, começa a perda real da qualidade de vida, quando a pessoa deixa de fazer o que lhe dava prazer. A dor limita a atividade física, os compromissos sociais e profissionais, os passeios, as caminhadas, a vida sexual, as viagens, etc. Nesta fase geralmente toma-se a decisão de submeter-se ao tratamento cirúrgico.

 

ARTROPLASTIA DE QUADRIL

A artroplastia do quadril é uma das cirurgias mais bem sucedidas de toda a medicina moderna e tem evoluído continuamente nos últimos anos, com avanços tanto dos materiais quanto das técnicas cirúrgicas.
Sempre que possível, atualmente o período de hospitalização é curto e a recuperação é acelerada. O paciente começa seu protocolo de reabilitação já no dia seguinte à cirurgia, andando com auxílio de andador ou muletas.
O risco de complicações atualmente é considerado baixo. Embora seja uma cirurgia segura na maior parte dos casos é importante ressaltar que trata-se de um procedimento de grande porte com riscos envolvidos – como em qualquer outra cirurgia – e também com riscos específicos.

Previamente ao tratamento cirúrgico tomamos cuidados no intuito de minimizarmos os riscos. Geralmente indicamos exames de check-up (laboratoriais e de imagem) e avaliação clínica e/ou cardiológica, dependendo de sua saúde e histórico.
O esclarecimento de suas dúvidas permitirá que tome sua decisão de maneira mais clara e serena.

Quantos tipos de prótese existem?

Existe uma infinidade de modelos e de fabricantes de próteses no mercado mundial.

Os modelos diferem principalmente quanto à superfície de contato, meios de fixação ao osso, filosofia de tratamento e detalhes de design.

Metal-polietileno: Historicamente este é o par mais tradicional e também o mais estudado. Popularizou-se no fim dos anos 60 com a contribuição das pesquisas do Dr. Charnley, na Inglaterra. Até o passado recente era utilizado mais em pacientes idosos ou com demanda funcional baixa. Sua desvantagem era o desgaste com o decorrer dos anos e a reação do organismo aos micro-fragmentos de plástico resultantes deste desgaste. Esta reação biológica associada a fenômenos mecânicos de longo prazo resultava em soltura da prótese e necessidade de revisão. Em nosso país esta combinação ainda é muito usada.

Cerâmica-polietileno: é uma opção bastante interessante. Usada hoje em algumas situações substituindo o par metal-polietileno. A cerâmica tem uma afinidade maior com a água e permite uma melhor lubrificação e um menor desgaste do polietileno a longo prazo. Pode ser usada em combinação com o polietileno crosslinked, aumentando ainda mais sua longevidade (figura abaixo). Hoje é o par preferido nos E.U.A.

Cerâmica-cerâmica: é o par que menos sofre desgaste a longo prazo. Costuma ser a opção mais usada em pacientes jovens ou muito ativos.
Seu uso popularizou-se na Europa. No início, o uso da cerâmica em próteses de quadril apresentou alguns problemas como fraturas de implantes, o que os deixou sob observação por algum tempo. Os materiais atualmente usados tiveram estes problemas corrigidos e a fratura é extremamente rara. Também são raros alguns casos de rangidos ao movimentar-se, chamados de “squeaking hips”. Estatisticamente sua sobrevida sem revisão pode chegar a 90% em 10 anos. Seu uso ainda é muito mais prevalente na Europa. É curioso notar que mais de 90% das cerâmicas usadas em todo mundo, inclusive no Brasil, se originam da mesma fábrica na Alemanha.

Metal-metal: a vantagem deste par seria permitir ao paciente retomar sua atividade física plenamente, devido à durabilidade e grande tamanho dos componentes, mimetizando um quadril nativo em termos de tamanho e mobilidade; porém está sob observação. Seu uso em próteses totais clássicas já está formalmente proscrito nos E.U.A.

O ressurfacing, ou prótese de recapeamento ainda apresenta alguns defensores, por preservar parte do colo femoral e poupar estoque ósseo em sua implantação. Porém muitos problemas foram relatados e seu uso tem diminuído drasticamente.

Dr. André Schmidt Soares
-Ortopedia CRM- 60507
-Traumatologia TEOT 13091
-Cirurgia do Quadril